O CrossFire é a resposta da ATI ao SLI. Embora as duas tecnologias não sejam relacionadas e o funcionamento interno seja diferente, a necessidade acabou fazendo com que as soluções adotadas pelos dois fabricantes fossem bastante similares.
Veja a questão dos algoritmos usados para dividir a carga entre as duas placas, por exemplo. No SLI são utilizados os modos SFR (onde a cena é dividida em dois pedaços) e AFR (onde os frames são processados pelas duas placas de forma intercalada). No CrossFire temos os modos AFR (que funciona da mesma forma que no SLI), o modo “Scissor”, onde a cena é dividida, de forma muito similar ao SFR e o SuperTiling (onde a imagem é dividida em quadrados de 32×32 pixels, o que oferece um melhor desempenho que o modo Scissor em muitos jogos), que é o único modo realmente diferente.
Com relação à configuração, o CrossFire oferece a vantagem de não utilizar profiles. Você simplesmente ativa o modo multi-VPU na configuração do driver e a segunda placa passa a ser usada em todos os jogos que rodar. A desvantagem dessa abordagem é que a falta de testes individuais para cada game (como faz a nVidia ao elaborar os profiles) acaba levando ao aparecimento de mais problemas de compatibilidade.
Na leva inicial de placas, lançadas a partir de 2005, incluindo as Radeon x800, x850, x1800 e x1900, usar o modo CrossFire era mais complicado, pois não bastava simplesmente comprar duas placas baseadas no mesmo chipset. A placa “master” precisava ser uma placa “CrossFire Edition”, uma variação com o conector especial, que podia ser combinada com uma placa convencional da mesma série. Naturalmente, as placas CrossFire Edition eram mais caras e muito mais difíceis de encontrar, sobretudo aqui no Brasil, o que tornava o uso do CrossFire inviável financeiramente.
A partir das RADEON X1950 Pro e X1650 XT, a ATI introduziu uma solução mais elegante, onde as duas placas trocam informações através de um par de bridges, muito similar ao usado nas placas da nVidia. Temos aqui duas fotos, mostrando o sistema antigo, com o cabo Y (à esquerda) e o sistema novo, utilizando os bridges:
A principal vantagem do CrossFire em relação ao SLI é que ele é suportado também por algumas placas-mãe com chipset Intel, além das próprias placas com chipset ATI. Entretanto, com a aquisição da ATI por parte da AMD, não se sabe até quando isso vai durar, já que, do ponto de vista da Intel, o CrossFire passou a ser o padrão da concorrente.