Entendendo o IPV6

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IPV6

A massiva popularização da Internet trouxe um problema grave, que é a escassez de endereços disponíveis. Parte disso se deve à má distribuição dos endereços IPs atuais, onde algumas empresas possuem faixas de endereços classe A inteiras, fazendo com que grande parte dos endereços disponíveis simplesmente não sejam aproveitados.

Para início de conversa, 32 bits equivalem a nada menos do que 4.294.967.296 combinações. Destes, pouco mais de 3.7 bilhões de endereços são aproveitáveis, já que (entre outros) os endereços iniciados com 0, 10, 127 e de 224 em diante são reservados.

Além disso, a maior parte das faixas de endereços de classe A, que englobam as faixas iniciadas com de 1 a 126 são propriedade de grandes empresas, que acabam utilizando apenas uma pequena faixa deles. Por exemplo, apenas a HP, sozinha, tem direito a duas faixas inteiras, uma ganha durante a distribuição inicial das faixas de endereços IP classe A e a segunda herdada com a compra da DEC.

Muitas destas faixas estão sendo reatribuídas pela IANA e o uso do CIDR tem melhorado o aproveitamento dos endereços ainda disponíveis mas, apesar dos esforços, no início de 2007 já restavam apenas 1.3 bilhões de endereços disponíveis. Se a procura se mantiver nos níveis atuais, teremos o esgotamento dos endereços disponíveis em 2014. Caso ela cresça, impulsionada pela popularização das conexões 3G, aumento do número de servidores web, popularização do ADSL nos países mais pobres e assim por diante, podemos chegar a uma situação caótica ainda em 2012!

Um dos fatores que vem reduzindo a pressão sobre os escassos endereços disponíveis é o uso do NAT. Graças a ele, você pode compartilhar uma única conexão (e, consequentemente, um único endereço IP), entre vários micros. É possível até mesmo adicionar um segundo, terceiro, quarto, ou mesmo quinto nível de compartilhamento, recompartilhando uma conexão já compartilhada. É muito comum, por exemplo, que um provedor de acesso via rádio use um único IP para um prédio inteiro, dando endereços de rede interna para os assinantes. Muitos destes criam redes domésticas e compartilham novamente a conexão, adicionando uma segunda camada de NAT, e assim por diante.

Apesar disso, o NAT não é a solução para tudo. Você não pode usar NAT em um datacenter, por exemplo, precisa de um endereço “real” para cada servidor disponível para o mundo exterior.

Chegamos então ao IPV6, que promete colocar ordem na casa, oferecendo um volume brutalmente maior de endereços e uma migração suave a partir do padrão atual (IPV4). Embora só recentemente o tema tenha ganhado popularidade, o IPV6 não é exatamente um projeto novo. O padrão vem sendo desenvolvido desde 1995, quando a Internet ainda engatinhava. Entre os dois existiu o “IPV5”, que era uma padrão de streaming que nunca chegou realmente a ser usado.

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